Um dos exercícios mais tradicionais e também mais utilizados na musculação, o levantamento terra muitas vezes desperta dúvidas sobre sua ativação muscular. Neste artigo buscamos as evidências científicas sobre a sua real efetividade.
Os exercícios do treinamento de força muitas vezes são executados sem o devido conhecimento sobre sua real atuação.
Os estudos de eletromiografia servem para que seja possível determinar com exatidão quais músculos foram mais ativados em determinado movimento e qual o grau em que esta ativação ocorre.
Neste sentido, os estudos que foram feitos sobre a ativação muscular do levantamento terra mostram de fato para que grupos musculares ele é mais efetivo.
Como já foi apresentado neste artigo (Levantamento terra e Stiff: Entenda as diferenças e a execução correta de cada exercício) o levantamento terra possui algumas variações e por ser um exercício composto, apresenta uma técnica específica de execução.
Estudos de análise eletromiográfica
Um dos principais estudos realizados sobre este exercício é o de SILVA (2000) que foi realizado com oito voluntários, sendo que todos eram do sexo masculino, com idade entre 19 e 29 anos, que já eram praticantes de musculação, sem referências de doenças músculo esqueléticas.
Todos os voluntários eram universitários e possuíam uma relação antropométrica semelhante. A ativação muscular estudada foi dos músculos reto e bíceps femoral, além do eretor da espinha e do reto do abdômen.
Os resultados do estudo demonstraram que, para que ocorra a efetivação do movimento de extensão de quadril e joelhos, além da manutenção ereta da coluna vertebral, houve uma atividade acentuada nos músculos reto e bíceps femoral, além do músculo eretor da espinha, resultado este que já havia sido encontrado em estudo de HAY e REID (1985)e WIRHED (1986).
O músculo reto femoral (compõe o quadríceps) apresentou o seu mais alto grau de solicitação na fase inicial do levantamento terra, na fase da “puxada”.
Esta ativação é mais elevada entre os ângulos de 90 a 60 graus do joelho, ocorrendo posteriormente, no desenvolvimento do movimento uma queda da atividade deste músculo.